#CAPÍTULO 8

Acordo com a sensação de que nem dormi. Sinto uma dorzinha desconfortável e percebo que estou com o pau duro. Ereção uma hora dessas não é bem vinda, ainda mais quando sei que não terei uma boceta a minha disposição para me aliviar.

Jogo uma água no corpo e visto o uniforme horroroso da BioFort. A noite será longa.

Menos de dez minutos depois a Manu já está me gritando no portão.

Antes que eu chegue na porta ela já está entrando pela sala.

- Que lerdeza. Já estava até sem voz de tanto te gritar lá fora.

- Nossa, que mentira. Você chamou uma vez e em menos de um minuto já estava invadindo a minha casa.

- Invadindo?

- Sim, invadindo. E se eu estivesse pelado?

- Nisso você tem razão... eu ficaria traumatizada.

- Estou falando sério, Manu.

- Às vezes tu parece um velho resmungão.

- E às vezes você me parece inocente demais. Sem contar que vive rindo como uma hiena e acha graça de tudo.

- Eu gosto de sorrir.

- Sorrir é bom, mas rir de tudo é desespero.

- Tu não sabe de nada Vicente.

- E você sabe de tudo Emanuelle.

- Um sorriso pode ter dois significados. Ou ele mostra o quanto tu está bem, ou ele esconde o quanto tu está mal...

- Então você deve ser bipolar.

Manu olha pra mim com cara de quem não gostou do que ouviu. Essa garota só pode ser maluca.

- Vamos guri, você fala tanto que já perdemos cinco minutos aqui.

Saímos de casa após eu pegar as minhas coisas. As lentes estão irritando um pouco meus olhos. Creio que seja porque dormi mal.

A barba por fazer também está me incomodando. Não posso me esquecer que falta pouco. Apenas alguns dias.

- Vi, tomei a liberdade de gravar um CD para gente ir ouvindo enquanto vamos para a BioFort - fala tirando o disco de dentro da bolsa infantil.

- Vá em frente.

Ela coloca o disco no rádio e a música Linda - Roupa Nova - começa a tocar.

Manu fecha os olhos e começa a balançar a cabeça de um lado para o outro. Sério que tenho que ir ouvindo isso o caminho todo?

- Vem, conquistar meu mundo, dividir o que é teu, mil beijos de amor, em muitos lençóis, só eu e você... Ooooohhhhhh... Linda...

Ela começa a cantar e eu constato que ela é mais maluca do que imaginava.

- Detesto ter que acabar com seu show, mas chegamos.

- Poxa, bem na melhor parte?

- Na volta você termina...

Ela desce do carro sem me dar tempo de acompanhá-la.

Entro no meu setor e já vejo a cara amarrada do Lúcio. Kléberson me dá um meio sorriso de onde está. Essa noite será longa.

Dava meio dia mais não dava seis horas. Eu nunca trabalhei tanto como essa noite. Preciso hibernar urgente.

Engoli o café que é servido na hora da saída. Certeza que fazem isso para gente não dormir dirigindo.

Manu já está me esperando encostada no carro. Seu rosto demonstra tanto cansaço quanto o meu.

- Vi, acho que o show terá que continuar no domingo. Hoje a cantora aqui está morta. Nunca lacrei tanto caminhão como essa noite.

- Nossa, que pena Manu. Trabalhei a noite toda imaginando e sonhando com à hora de irmos embora e você ir cantando com essa voz

celestial.

- Para seu azar, só de pirraça farei esse esforço.

Entramos no carro e ela já procura uma faixa dizendo ser especial.

A música começa a criar forma e vejo que é da época do meu pai.

- Será mentira ou será verdade que ela me engana... Será mentira ou será verdade que ela não me ama...

- Manu, pelo amor. Que música é essa? - indago rindo.

- É do Renato e seus Blue Caps, se chama Será mentira ou será verdade.

- Você tem certeza que nasceu no ano certo?

- Claro que sim. Qual o problema de ouvir músicas dos anos 60, 70?

- Problema nenhum, só me espanta uma garota de...

- Vinte e cinco. Tenho 25 anos. Não sou tão garota assim.

- Uma mulher de 25 anos ouvindo essas músicas de velho.

- Velho é você.

- Eu posso ser mais velho do que você na idade, mas no gosto musical, eu sou um bebê perto de você.

Ela desliga o rádio e faz bico. Típico de pessoa infantil.

- Não precisava ter desligado.

- Tu é um chato. Nem sei por que ainda sou tua amiga.

- Talvez seja porque te dou carona para casa.

- Com certeza é isso.

Terminamos o caminho em silêncio. Manu deu umas mini cochiladas durante o percurso de dez minutos.

- Bela adormecida, chegamos.

- Me deixa dormir só mais um pouquinho...

- Pode dormir a tarde toda, porém na sua casa e na sua cama.

- Tudo bem... e você não se parece em nada com um príncipe encantado.

Ela desce e eu continuo o percurso até o fim da rua.

Entro em casa num dilema: tomar um banho ou ir direto pra cama...

Tiro as lentes e decidido passar uma água no corpo primeiro.

O celular toca e vejo que o número não me é estranho.

- Alô.

- Oi, Bê. Quanto tempo sumido.

Hellen. A mulher que enlouquece minha cabeça debaixo.

- Oi Hellen. Quem anda sumida da minha cama é você. O que aconteceu? Encontrou algum pau melhor do que o meu?

- Jamais Bê, o seu ainda continua sendo o meu favorito. Tanto que tenho um horário hoje e quero que ele seja seu.

- Qual o seu preço Hellen?

- Para você Bê, faço dois mil. Iremos ter três horas para matar a saudade.

- Perfeito Hellen. Vou te passar o endereço via mensagem. Peço discrição quanto ao local.

- Te vejo as seis então.

- Até mais Hellen. E venha de azul.

Desligo o telefone e a ereção é evidente. Entro no chuveiro disposto a me aliviar. Ficar sem sexo por esses dias está acabando comigo. Mas hoje terei uma tarde quente de sacanagem.

Acordo com o estômago roncando. Pego a panqueca de ricota que a Marli me fez e esquento no microondas.

Ainda são três da tarde. Tenho mais três horas para me preparar para a Hellen. Quero tirar o atraso fodendo ela de todas as formais imagináveis e inimagináveis.

Como assistindo o noticiário local. Que cidade mais sem graça. Após isso tudo passar, quero tirar umas férias na Holanda.

Pego a carroça e corro no meu apartamento. Preciso pegar algumas roupas decentes e alguns acessórios os quais sempre uso com a Hellen.

Converso um pouco com a Marli e com a Dorenice. Quero muito voltar ao meu apartamento. Só minha sala é do tamanho da casa que estou morando.

Já são cinco e quarenta e cinco. Já estou me sentindo como o antigo Bernardo. Lindo, cheiroso e com meus olhos azuis penetrantes.

Minha roupa bem cortada e costurada se alinha perfeitamente no meu corpo.

As seis em ponto ouço o barulho do taxi da Hellen. Ela nunca se atrasa.

Vou ao seu encontro no portão. Ela olha com cara de quem não está entendendo.

- Oi Bê, o que significa isso, algum fetiche?

- Agora não posso perder tempo te explicando. Se sobrar algum tempo após eu te foder toda, eu conto a história.

- Tudo isso é saudade?

- Saudade misturada com o valor que terei que te pagar. Mas esse preço eu pago com prazer.

Entramos e já fomos direto para o quarto.

Hellen estava vestida somente com um vestido leve rosa e saltos azuis claro.

Aproximo-me já a empurrando contra a parede do minúsculo quarto.

Minhas mãos já foram direto aos seus seios, industrializados, mas nem por isso menos excitante.

- Calma, Bê - falou manhosa em meu ouvido.

- Hellen eu preciso entrar em você, mas antes quero que me chupe.

Ela tira o vestido ficando somente de espartilho da cor dos sapatos. Ter a visão de uma loira platinada, com cabelos compridos e olhos azuis, vestida somente de lingerie e saltos é para pirar com a cabeça de qualquer um.

Rapidamente se ajoelha ficando na altura da minha cintura. Com maestria abre minha calça e liberta meu pau da minha boxer.

Hellen sabe que eu adoro que me chupem olhando para mim.

Preciso me concentrar para não gozar na sua boca logo nas primeiras chupadas.

"Se concentra Bernardo, o que está acontecendo cara?"

- Gata, eu preciso sentir seu gosto.

- To molhadinha para você.

Ela deita na cama de forma convidativa. Vê-la tão exposta e a minha mercê me deixa louco.

Tiro a sua calcinha lentamente, levando ela até o nariz para inalar o cheiro do sexo molhado dela.

- Sempre cheirosa...

Aninho-me no meio de suas pernas. Passo a língua lentamente no seu ponto frágil. Hellen arqueia as costas, dando a entender que estou fazendo um bom trabalho.

Introduzo um dedo na sua boceta enquanto dou uma atenção com a boca no seu clitóris. Sei que ela está prestes a gozar.

Não antes de mim baby.

- Fica de quatro, Hellen.

- Se eu não te conhecesse ficaria frustrada...

Hellen é daquelas mulheres que sabe que é gostosa e usa dessa tática para deixar os homens loucos. Eu a conheci por meio de um contato que contratava ela como acompanhante de luxo. A partir daí comecei a pagar para ter um sexo maravilhoso e sem pudor. Hellen aceita de tudo, afinal seu preço

é bem salgado, paga só quem é da alta.

- Vai Bê, mostra toda a sua potência. Aproveita que hoje isso é tudo seu...

Não precisou nem terminar de falar, meu pau achou o caminho da felicidade apenas pelo cheiro.

Enrolo seus cabelos compridos na mão e com a outra aperto sua bunda enquanto soco meu pau todo em sua boceta encharcada.

- Isso ai cachorra, rebola essa bunda para mim...

- Ai, Bê... - ela geme.

- Vamos Hellen - falo batendo em sua bunda. - Mexa esse rabo...

Entro e saio de dentro dela com certa brutalidade. Quero gozar...

preciso gozar...

- Vicente, to entrando... minha mãe te mandou uma pamonha...

Quando me dou conta de onde estava vindo o som, Manu já está na porta do quarto.

Saio de dentro da Hellen na mesma velocidade que entrei.

- Manu, espera aí - Falo tentado achar a calça.

- Eu não queria atrapalhar, Vi - fala já batendo a porta da sala.

- Porra! - grito. - Era só o que me faltava.

- Quem era Bernardo? Alguma namoradinha?

- Cala a boca Hellen.

- Por que ela te chamou de Vi? Tá enganando a moça não é? Já vi tudo - diz Hellen já se levantando e colocando o vestido. - Só cuidado para não ferir o coração dela.

- Fica quieta Hellen, quem é você para falar ago para mim? Não passa de uma puta de luxo que faz sexo em troca de dinheiro. Com quantos casados você não já fodeu? Pensou no coração das mulheres traídas também?

- Você é um idiota Bernardo, eu tenho muita dó da moça a qual você está enganando. Quanto a minha vida, eu não te devo satisfações. Dou o que é meu e paga quem quer. Isso inclui você e seu pai!

Engulo a seco o que ela me diz. Sei que meu pai não é santo, mas me sinto sujo em comer a mesma boceta que ele comeu.

- Sai daqui Hellen. Te mando o cheque mais tarde.

- Pode ficar com seu dinheiro Bernardo. Essa foi à pior foda que já tive. Use a grana para afogar as suas frustrações. Compre um bom whisky e curta a sua fossa.

Ela chega até a porta, onde ainda se vira para mim e pede para que eu nunca mais a procure.

Quem ligou para mim foi ela! Não a procurar não será uma tarefa difícil. Sinto nojo da Hellen só de imaginar o meu pai a fodendo.

Olho para a mesa onde encontro a pamonha que a Manu me trouxe.

Ainda está quentinha e bem embaladinha.

Visto a camisa e coloco as lentes, disposto a ir até a casa dela, desfazer algum mal entendido.

Isso que dá entrar na minha casa sem chamar... Manu sua maluquinha.

Entro no meu carro e sigo em direção ao fim da rua. Agora é ver o que vai dar. Espero que a Manu me entenda.