# Capítulo 16- Janaína

18/04/2018

As palavras de Dimitri ecoaram por meu corpo, fazendo minha alma estremecer em choque. Acordei ensopada de suor com a camiseta folgada encharcada colada ao meu corpo. Olhei para as caixas de pizzas vazias sobre
a mesa de centro, o pote de sorvete napolitano completamente derretido. Meu coração batia descompassado no peito e eu tentava afastar as imagens aterrorizantes do pesadelo. Olhei pela janela com medo de encontrar Dimitri à minha espera.
Os primeiros raios de sol cortavam o céu. Senti meu estômago se contorcer e tive que correr para o banheiro às pressas. Fiquei sentada no vaso por mais de uma hora. Sem dúvida não havia mais nenhum vestígio da noite anterior. Fiz minha higiene pessoal e desisti de pentear os cabelos, lutar com a juba agora seria apenas aumentar a enxaqueca, que parecia ter vindo para ficar desde o momento em que eu abri os olhos. Passei a manhã inteira na cama e não vi quando os meninos saíram. Uma vez ou outra eu tive forças e me levantei apenas para vomitar.
"Ótimo, Janaína! Tudo o que você precisava era de uma infecção intestinal! Se esvair em vômito e merda. Você realmente merece um prêmio!
", me amaldiçoei, olhando meu reflexo apático no espelho.
Escovei os dentes mais uma vez e resolvi voltar para a sala. O celular que Dimitri me dera para que eu pudesse ficar responsável por sua agenda finalmente parara de tocar. Liguei a televisão no mudo e deixei rodando Orgulho e Preconceito. Ouvi a campainha soar e temi em espiar pela janela. E se fosse Dimitri? Eu ainda não estava pronta para vê-lo. Não depois do sonho que me atormentara durante a noite anterior. A campainha parou e
dei um pulo no sofá, abafando um grito com a mão sobre a boca, quando o telefone fixo começou a tocar. "Atenda o telefone, Janaína! Pode ser algum dos meninos precisando de algo! " Motivada por aquele pensamento, me
esgueirei até a parede da cozinha, tendo cuidado para não ser vista. Retirei-o do gancho e fiquei em silêncio.
- Alô, mãe? - Solto um suspiro de alívio, ao perceber que era Guilherme no outro lado da linha.
- Fala Gui. - Digo em voz baixa.
- O pai da Sara me ligou agora a pouco querendo saber se estava tudo bem.
- Se ele ligar de novo, avisa que estou com uma virose. Passei a manhã inteira com dor de barriga. - Droga Doutor, não deixe as coisas mais difíceis do que já estão.
- Tá, eu dou o recado. - Ele responde dando uma risada.
- Não vai falar essa última parte, senão eu te capo, garoto! Só fala da virose.
- Tá, mãe. Tchau.
- E vê se tenha juízo com a Sara. Sou muito nova para ser avó! -  Digo em tom repressor.
- Tchau, mãe! - Ele enfatiza as últimas palavras e desliga.
Fico mais aliviada quando o silêncio se instaura no ambiente, e volto minha atenção para o orgulhoso Mr. Darcy. Meu corpo parece ter sido atropelado por um caminhão de lixo, cada músculo reverbera de dor. Isto sem falar no frio que estou sentindo. Me arrasto para o quarto, pego um cobertor e tento não pensar em nada, apenas me afundo no sofá e formo um casulo com a manta vermelha. Thor late, mas logo para. Deve ser apenas mais um carteiro passando pela rua.
- Jana, abre a porta. - Ouço a voz de Dimitri vinda do jardim.
Olho para a janela e vejo sua silhueta, ainda não acreditando que ele está ali.
Fico em silêncio sem mover um único músculo, torcendo para que ele vá embora.
Meu Deus, o que eu vou fazer? Será que os garotos deixaram o portão aberto? Ele não pode ter pulado as grades, ou poderia? Entendi! Isso é um delírio da febre, só pode! De olhos arregalados e imóvel, eu observo a
sombra se movimentar e erguer parte da janela. Coração arrebentando no peito em 3,2,1...
- Você é difícil de ser encontrada. - Ele sorri quando afasta a cortina.
Infarto! Morri!
"Meu Doutor" pula a janela e passa a mão pela camiseta de manga curta que se agarra em seus músculos com perfeição. As marcas das patas de Thor estão em suas roupas em forma de carimbo.
- Acho que seu cachorro gosta de mim.
Uma risada nervosa escapa de meus lábios e meu corpo se aquece quando Dimitri senta ao meu lado e remove parte de meu casulo, deixando minha cabeça e tronco descobertos. Meu Deus, estou horrível! Abaixo os olhos, que se enchem de lágrimas em segundos e ele toca meu rosto de maneira gentil e carinhosa.
- O que aconteceu, Jana? Você está ardendo em febre! - Dimitri tira o cobertor e gemo com o movimento. Eu não poderia estar pior e a maneira atenciosa com que ele me cuidava me deixava ainda mais triste.
- Eu estou bem. - Minto. - É só uma virose.
- Ah, fico feliz em saber sua opinião, "Doutora Mendes", a senhora é médica também? - Ele segura meu rosto com uma mão e verifica meus sinais com outra. - O que você está sentindo? - Dimitri investiga, enquanto aperta minha mão e meu braço com o polegar.
-Dor de estômago, vomitei a manhã inteira. Dor no corpo.
- Diarreia? - Reviro os olhos sem vontade de responder à última pergunta. - Jana! - Seu tom é autoritário, mas preocupado.
- Sim, minha madrugada foi de uma verdadeira rainha. Mais alguma coisa, doutor? - Replico, contrariada.
- Não. Ao que tudo indica é uma virose no trato gastrointestinal, vamos baixar a sua febre e tratar de hidratá-la. Você está com leve grau de desidratação.
- Para Dimitri, por favor. - As lágrimas voltam a meu olhar. - Eu tenho que te contar uma coisa. Meu estômago se embrulha mais uma vez.
Uma pontada de dor me invade.
- Seja o que for eu não quero saber, pelo menos, não agora. Me deixa cuidar de você.
Fechei os olhos por alguns segundos e a imagem de Dimitri na chuva, seu olhar ferido, o coração sangrando e a dor em seus olhos, eu não estava pronta para fazê-lo sofrer. Em minha mente ouvi sua voz: "Desculpe, mas não posso. " Dimitri segurou meu rosto com as duas mãos e beijou meus lábios de maneira doce, primeiro o inferior e depois o superior.
- Eu saí da casa de Adônis ontem. - Minha voz tremia, por mais que eu tentasse manter o controle.
- O que aconteceu? - Seu polegar acariciando minha bochecha úmida, seu toque suave me fez fraquejar.
- Você sabe como ele é, desde que eu mudei para lá foi um desfile de mulheres, eu não conseguia assistir aquilo, e não pensar em você, de alguma maneira doente, acho que sou ciumenta demais.
Mentiras saíram dos meus lábios com uma naturalidade assustadora.
Eu não estava pronta para abrir mão do "Meu Doutor". Em algum momento eu descobriria um jeito de contar o que havia acontecido na noite anterior, mas não agora. Dimitri inclinou a cabeça de leve e sorveu meu lábio em um beijo íntimo e carinhoso e então, se afastou.
- Você não precisa ficar preocupada com isso, Jana. - Ele pega minha mão e coloca sobre seu peito. Sinto um calor morno emanar de seu
corpo perfumado. - As únicas mãos que quero que toquem meu corpo são as suas. - A única mulher que eu quero possuir é você! - Suas mãos descem por minhas costas e agarram minha bunda.
Sinto a sinceridade em cada palavra dele e eu digo uma verdade, para enganar meu cérebro arrependido por ter mentido antes.
- Sua mãe esteve lá antes. Nós brigamos feio. Ela fez um cheque para que eu me afastasse de você, na verdade fez dois. - Meu olhar é baixo, não consigo olhá-lo nos olhos. Ri nervosa e continuei a relatar. - Piquei-o e joguei para cima. Uma chuva de meio milhão de reais. Ela tentou me ofender, apelando para meu corpo, "uma mulher como eu..." tenho sangue quente, fiquei pelada, mostrando as marcas que você deixou em meu corpo, e a
provoquei dizendo que você tinha provado e gostado.
- Ah Jana... você é mais perfeita do que eu imaginava. - Ele arqueia as sobrancelhas e dá uma risada. Seus dedos me apertam um pouco
mais. Dimitri me puxa para seus lábios e, dessa vez, seu beijo é mais intenso e caloroso. Sua língua ousa e explora meus lábios enquanto suas mãos esfregam meu quadril contra sua ereção dura como pedra.
Meu corpo se incendeia com suas carícias e não demora a eu esquecer de tudo e me concentrar somente no semideus à minha frente, fogoso e delicioso como o inferno. Dimitri mordisca meus lábios finalizando o beijo.
- Me promete que não vai sumir de novo? - Ele pergunta, com os lábios roçando nos meus.
- Prometo! - Eu o beijo no queixo. - Prometo! - Beijo no maxilar. - Prometo! - Meus beijos espalhados por seu rosto simplesmente perfeito fazem meus lábios formigarem, pelo contato com a barba cerrada.
- Não adianta ficar esfregando essas curvas em mim, para tentar me desviar do caminho. Eu vou cuidar de você. Nem que eu tenha que te amarrar na cama.
Suas palavras luxuriosas e provocativas me deixam ainda mais excitadas e, no mesmo instante, me vem à mente a cena: eu com as mãos atadas à cabeceira da cama, Dimitri, inteiramente nu, usando apenas o estetoscópio, caminhando em minha direção com sua bela e potente ereção...
Dimitri chupa meu queixo e um formigamento em meu sexo quase me enlouquece.
- Primeiro, vou cuidar desse corpo febril. - Sua voz é rouca e cheia de desejo. - A primeira medida, Janaína, é livrar-se dessas roupas todas.
Seus dedos percorrem minha cintura e apertam meu corpo, antes de puxar a camiseta larga para longe de mim.
Dimitri me envolve com uma mão e a outra percorre meus seios suados, bem devagar.
- Você está muito molhada, Jana. - Ele concentra os olhos em meus peitos e morde o lábio inferior. Sinto sua mão subir um pouco mais e ir de encontro ao fecho do sutiã. Quando a peça de renda caiu, seus lábios vieram de encontro ao meu mamilo no mesmo instante. Ele o sugou até que endureceu com o beijo. Agarro seus cabelos e tento afastar sua boca que me consome.
- Molhada e quente. Temos que dar um jeito nisso. - Diz em tom sério, concentrando-se no outro mamilo, repetindo as lambidas ao redor,
chupando o biquinho até arrancar um choramingo de protesto.
Puxo seus cabelos com as duas mãos e o forço a afastar o rosto de meus seios. Meu corpo inteiro anseia para que ele continue, mas faço questão de olhar diretamente em sua íris. Desfiro um tapa forte em seu rosto, a palma
da minha mão formiga uma fração de segundos depois.
-É assim que você trata o seu Doutor? - Dimitri rosna e fica de pé, mantendo-me suspensa, pendurada em seu corpo. Ele me prensa contra a parede e o telefone cai do gancho. Solto um gemido abafado por seus beijos famintos e possessivos. Dimitri afasta a boca da minha e me encara com ar provocativo. - Estou esperando. - Sua voz é dura e autoritária.
- O que você quiser, doutor. - Digo quase em um sussurro.
Ele ataca meu pescoço, as mordidas deixaram mais marcas, e as chupadas que ele dá, meu Deus! O que é isso? Elas fazem eu me desmanchar em seus braços, louca de tesão. Sua boca é perfeita para o pecado. A língua
de Dimitri percorre meus seios e volta para meu pescoço, seus dentes roçando contra minha pele nua. Meus seios pressionados contra a dureza de seus músculos, me fazem gemer alto.
- Vou te dar um banho. - Ele diz, afastando sua boca da minha por poucos segundos antes de tomá-la em um novo beijo que me deixa quase
sem ar.
Eu me limito a concordar completamente entregue ao homem que é dono de meu corpo, meus pensamentos e, em tão pouco tempo, dono da minha alma.
-Vou adorar, doutor.
Dimitri anda pela casa com passos rápidos à procura do banheiro, eu me aproveito para provocá-lo, trilhando beijos por onde alcanço. Meus dedos vagueiam por seus cabelos macios enquanto também trato de deixar as
minhas marcas em seu corpo perfeito e perfumado. Ouço ele gemer e me apertar um pouco mais contra sua ereção.
- Comporte-se Jana, ou terei que ser duro com você. - Ele diz abrindo a porta do banheiro com um empurrão.

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