#BRUTO - CAPÍTULO 7 - CABEÇA DURA
05/03/2018
Carolina Oliveira
Ouvi os gemidos de Henrique vindos do banheiro. Meu Deus, não acredito que ele está se masturbando enquanto toma banho.É um filho da mãe. Rolei na cama tentando achar uma posição confortável naquele colchão molenga. Abri os braços e as pernas ocupando quase todo o espaço daquele colchão fedorento. Tudo naquele muquifo de chalé era desagradável, quem, em pleno século vinte e um, não tem um mísero ventilador? Eu estava suando. Eu me derretendo de calor aqui, o estômago dando um nó de tanta fome e o bastardo maldito com abarriga bem cheia de bolo, se refrescando em um longo banho e batendo punheta. Argh... estava para nascer um homem que fizesse meu sangue ferver como ele, absolutamente tudo naquele infeliz me irritava. Tentei não pensar nele, em como ele estaria com uma das mãos apoiadas na parede enquanto a outra agarrava seu membro longo e grosso, a mão ensaboada subindo e descendo em um movimento, a água escorrendo pelos músculos bronzeados. Apertei as coxas e me revirei na cama, fechando os olhos com força, tentando não pensar em nada e falhando de forma miserável. Droga! Esse calor está insuportável. Ouvi o barulho da água diminuir até cessar por completo. Será que ele havia gozado. Esfreguei as mãos no rosto e enxuguei as gotas de suor que se acumulavam por meus seios. Não, eu não tinha nada a ver com isso, não sei nem por que eu ainda estava com esse brucutu na cabeça. Click. Aquele era o som da luz do banheiro sendo apagada. Ouvi seus passos se aproximando.Caramba que calor. A cama rangeu debaixo de meu corpo, o colchão se movimentou quando Henrique deitou na cama. Ainda de olhos fechados e com a cabeça virada na direçãooposta, eu não me aguento e pergunto:- Você está vestido? - digo irritada.- Claro que não. - Eu não preciso nem o ver para saber que está sorrindo. Peão maldito. Esse cara tem um sério problema com roupas.- Pode ao menos colocar uma cueca?! -Aquilo não era uma pergunta, e sim uma ordem.- Eu até poderia, mas não vou.Desgraçado! Como é que eu vou dormir com ele pelado ao meu lado? Isso é impossível, se bem que talvez ele esteja fazendo isso só para me provocar, ninguém em sã consciência dorme nu.Rá! Como eu não percebi que aquilo era um blefe? Esse brucutu só estava tentando encontrar um jeito de me afrontar e me botar para correr. O filho da mãe até me deixou sem comer... Claro que tudo isso terá volta. Fico sem me mover, e a temperatura naquele quarto sobe um pouco mais, talvez eu devesse abrir a janela... Meu estômago ronca alto em um protesto nada silencioso, gritando para ser alimentado.Ah... que fome. Será que ele ouviu? Ele não pode ter dormido tão rápido.- Henrique? - chamo em um sussurro.Silêncio absoluto.Tentando não fazer barulho, eu viro o rosto na direção dele. Dormindo. Observo os detalhes de seu rosto por alguns segundos: os cabelos arrepiados, as sobrancelhas escuras e grossas, o nariz reto e fino, a barba bem cerrada. Olhando assim, até que ele é bonito, o problema é que sua beleza é suprimida por sua estupidez. Ele é um cavalo! Apoio as mãos no chão com cuidado para não acordá-lo, não que eu tivesse alguma consideração por seu sono, eu só estava exausta demais para brigar pelo fato de não comer nada há muitas horas, mas a dúvida de saber se ele está nu ou não está me consumindo. Ergo o tronco um pouco. Meu olhar percorre seu peitoral, os músculos de seu peito parecem ter sido esculpidos em um dia em que Deus estava bem inspirado, sólidos e hipnotizantes, sua respiração estava calma e ritmada. Ouso! Meu olhar desce um pouco mais pelos músculos de seu abdômen. Caramba! Quantos músculos, isso é a definição de tanquinho. A fileira dupla de gominhos bem delineados que formam um caminho perigoso até o V que guia à perdição. Meu Deus! Ele está mesmo nu!Não era um blefe. Não dá para negar, agora,olhando com calma, o peão é muito bem servido. Não que eu fosse a senhora entendida de paus, mas aquele ali...o tamanho, a espessura. A cabeça protuberante...- Com fome? - O desgraçado pergunta com a voz luxuriosa.Eu dou um salto na cama e viro para o lado. Sinto meu corpo aquecer de ódio. Filho da mãe! Eu me amaldiçoo pela minha curiosidade. Agora o cavalão ao meu lado deve estar se achando o máximo por ter me pego espiando o seu...Bufo irritada.- Para uma advogada, você tem a mente muito suja - Henrique debocha em meu ouvido em um sussurro.O hálito fresco bem próximo à minha nuca faz um arrepio subir pelo meu corpo. Deus, como eu odeio!- Ouvi sua barriga roncando. Em oferta de paz, posso deixar você comer o mondongo e o ensopado de língua que tem na geladeira.Dou uma cotovelada para trás, mas não o acerto.- Vá se foder, peão - xingo, sentindo a raiva me consumindo por dentro, puxo o travesseiro e cubro a cabeça.Eu deveria sair daqui e ir dormir no sofá. Porém, não daria esse gostinho de vitória ao brucutu peladão.Algumas horas depois, não me aguentei e tive que levantar. Pé por pé, saí do quarto e fui até a cozinha, o piso de madeira rangia debaixo de meus pés descalços. Segui até a rústica cozinha e não acendi a luz, tateei pela escuridão até encontrar a geladeira. Havia algumas maçãs e potes de vidro com compotas de frutas. Eu estava urrando de fome, precisava comer alguma coisa salgada. Mais para o fundo da geladeira, encontrei potes com as sobras do almoço.Peguei o primeiro e segurei a porta da geladeira com o quadril enquanto comia ali mesmo os pedaços frios de língua. A consistência daquela carne mole me dava arrepios, era horrível, parecia já ter sido mastigada por outro.Mas é como dizem por aí, a fome é a melhor cozinheira. Com as mãos mesmo, eu devorei alguns pedaços, e não estava tãaaao ruim assim. Claro que não era nenhum Big Mac da vida, mas eu precisava de energia para bater de frente com o cavalão. Guardei tudo e lavei aboca na pia.Quando voltei para o quarto, Henrique estava virado de costas para porta, ele havia se mexido durante o sono. Dei uma olhada rápida para suas costas, ele tinha o porte de um atleta e uma bunda que deveria levar essas caipiras à loucura. Se eu ainda tivesse meu celular aqui, mandaria uma foto para Matt. Deitei de costas para ele e, desta vez, o sono veio ligeiro. Senti seus dedos longos colados em meu quadril. Arregalei os olhos quando percebi que Henrique e eu estávamos de conchinha. E ele ainda estava nu!Tento me mover, mas seu corpo é pesado, um de seus braços está por dentro de minha blusa, acariciando meus mamilos.- Henrique! - eu xingo, tentando manter a voz dura quando as ondas de prazer que irradiam de meus seios refletem direto em meu sexo.- Shhhhhh... - Os dedos que mantém meu quadril colado em seu membro deslizam para dentro de meu short. - Quieta, docinho... eu vi você me olhando, salivando para ter o meu pau arregaçando essa sua bocetinha apertadinha.Ele afastou minha calcinha e esfregou meu clitóris sem pressa, alisando meu sexo com prazer, indo e voltando, colocando a pressão exata para me fazer gemer de prazer.-Viu só como eu sei do que você precisa. - Ele mordisca minha nuca e cutuca meu traseiro com seu pau. Meu cérebro está lerdo, não consigo atinar e dar uma resposta à altura a esse peão atrevido, graças a meu corpo que me trai e vibra com cada carícia que esse Bruto gostoso pode proporcionar. Seus dedos afastam as dobras de meu sexo que latejam com todo aquele estímulo.- Eu odeio você... - Consigo dizer por fim, mas nem eu mesma confiava naquela ofensa fajuta. Maldito seja!Por favor, não pare! Meu cérebro está em curto-circuito, e Henrique sabe exatamente tudo sobre dar prazer.- Sabe por que eu não acredito em você? Um gemido erótico escapa de meus lábios entreabertos.- Por causa disso - ele diz com a voz rouca, cravando os dentes em meu pescoço, iniciando uma chupada, suas mãos não param de trabalhar em meu corpo, em meus seios, em meu sexo. Bruto tira a mão de meu short, esfrega os dedos molhados e escorregadios em meus lábios e enfia em minha boca. Eu sinto meu próprio gosto em seus dedos, é excitante demais.- Agora chupa, docinho. Chupa como se estivesse chupando meu pau. - Henrique aperta meu mamilo entre os dedos e o puxa, e então um gemido mais alto e intenso escapa de mim. - Quero ver se essa boca gostosa é tão boa em chupar quanto é para falar. A pressão em meu clitóris aumenta, e eu preciso de um alívio, por isso eu o chupo. O movimento de sucção aumenta. Ouço um rosnado próximo ao meu ouvido e empino mais minha bunda para trás, eu preciso de tudo oque ele tem para me dar. Duro, bruto e insaciável.- Isso, gostosa, já estou duro, só de pensar nessa boquinha quente engolindo meu pau. - Ele tira os dedos de meus lábios e volta a enfiar a mão por dentro de minha roupa.Henrique enfia dois dedos em meu sexo e movimenta-os lá dentro, socando fundo, em um entra e sai delicioso, meu gozo escorre por entre seus dedos em segundos.- Boa menina - elogia e os tira dentro de mim, levando-os direto à própria boca. - Vou comer essa sua bocetinha a noite inteira e só depois montar em você.- Montar?Sim, eu queria ser montada, de todas as maneiras possíveis e imagináveis. Com agilidade, ele me vira e, em um piscar deolhos, Bruto já estava sentado sobre meu quadril, a ereção esfregando contra meu corpo. Estendo as mãos para tocá-la, para puxá-lo para dentro de mim.- Ahw... Henrique... - Gemo agarrando seu membro pesado com as duas mãos. Ele sorri, o olhar luxurioso queimando sob meu corpo. O som do berrante foi alto o suficiente para me fazer cair da cama. Mas que porra era aquela, que diabo de sonho foi aquele?Levanto e vou até a janela. Henrique está montado em um cavalo marrom. Usa um jeans rasgado e nenhuma camisa, os músculos brilhando pelos primeiros raios de sol que surgem no céu azul.- Foco, Carolina! - digo para mim mesma.Como se soubesse que eu estou olhando, Henrique dá uma piscadela e continua tocando as vacas para dentro de um cercado de madeira. Saio de perto da janela. Isso é só delírio da fome e do cansaço. Ele é só um Bruto ignorante que está entre você e a cobertura em Paris. Repito mentalmente meus objetivos para o reflexo no pequeno espelho do banheiro.Um longo banho frio e um café da manhã reforçado logo afastariam as lembranças daquele sonho. Pesadelo. Eu quis dizer pesadelo. Volto para a janela e dou mais uma olhada para o peão. E a voz rouca dele ao meu ouvido me vem à memória. Espero que não tenha falado dormindo, comoMatt já reclamara uma porção de vezes. Por Deus, que eu não tenha dito uma palavra sequer.Henrique guiou os animais e saiu galopando em direção ao horizonte. Ele é problema. Claro que é, mas em meu sonho eu não parecia me importar muito com isso. Droga!Depois do banho, opto por um vestido floral rosa com detalhes em branco, o tecido é fino e leve. Calço saltos "anabela" e vou até a cozinha vasculhar a geladeira. Vazia!Isso é coisa dele! Deixar-me com fome para eu ir embora. Bato a porta com força e saio pisando duro. O som de uma buzina constante faz meu coração saltar no peito. Ó, graças a Deus. Ele havia chegado!
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Carolina Oliveira

